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Encontrando a Busca de Sentido

  • ltdarevivi
  • 27 de jun. de 2022
  • 6 min de leitura


Como faz? Colocar em pauta os sentidos de amor, da existência e do sofrimento...


Você pode estar no limite de sua desumanização, e é nesse ponto, exatamente nesse ponto que você vai aprender a transcender: sobrevivendo ao horror ao optar por manter sua liberdade interior.



O Grande Vazio



Agora, você vai reconhecer aquela sensação angustiante que você passou por adequações extremas à uma cultura social que não faz parte de sua natureza. Restou apenas uma identidade sobreposta à sua original criada para satisfazer um mundo que te priva de expressar sua originalidade, sua criatividade e instintos. Aí, exatamente aí, se instala a falta de porquê. Chegou o tédio: seu peito se enche de nada além de um grade tanto faz. O preço que foi pago para caber dentro de um papel social feriu sua Alma até você entrar num quadro depressivo geral, cansaço, fastio vivido enquanto os minutos não passam. Alerta máximo nesse momento! A busca por prazeres vazios como drogas, álcool, sexo, jogo, excessos viram obsessões para compensar seu estado atual. E, por fim, vícios.


Numa tomada de consciência repentina você se enxerga triste ao viver experiências ocas, sem ter motivação nem nos seus momentos de lazer.

Vou te dar um exemplo: A NEUROSE DOMINICAL. Similar ao que afeta aposentados e pessoas da terceira idade, esse estado se expressa através do vazio manifesto do Domingo e você em cima da cama sem energia, esperando o relógio avançar até chegar segunda-feira. O automatismo do trabalho acabou na sexta, deu lugar a euforia de sábado, que te deixou morto e o que lhe resta é aguardar até segunda... Voltando a melhor idade, no Brasil, segundo a OMS, o número de suicídios está por volta de 7,7 em cada 100 mil idosos.


A busca por poder e prazer são disfarces de um sentido de vida! A frustração existencial assume proporções imensas e são usadas como máscara, um falso propósito. Os vícios, já citados acima, acionam áreas cerebrais de mecanismo de recompensa imediata. Dessa forma, medicamentos dificilmente conseguem resultados no vazio existencial, porque eles não preenchem esse buraco interno, apesar de liberarem a química cerebral ideal que no momento vai aliviar sintomas. Evitar recaídas futuras desse estado emocional são tratadas com questões filosóficas como as trazidas hoje aqui, por um profissional competente para clinicar sobre o assunto.

O sentido da vida


Nosso objetivo, agora, é entender e identificarmos em nós mesmos o significado de viver. Cada um possui o seu e não existe nenhum mais nobre que o outro.


Afinal, o que cabe em você não necessariamente veste bem no outro. Diferente de pessoa para pessoa, respeitamos a peculiaridade das escolhas de cada um.


A Jornada em busca de sua vocação ou missão na Vida não é tão abstrata. Ao executar uma tarefa, cada um se realiza de alguma forma. Toda oportunidade que passa e te dá a oportunidade de agir de uma forma de singular em prol de sua execução, a ação em si com as características que você dá a ela define o propósito em sua vida.


Responsabilidade = habilidade de responder por suas próprias ações.

Reação = difere de resposta porque reagir é um ato automático e impensado que obedece seus instintos primários e não é uma tomada de decisão racional. Considerada muitas das vezes como ações imaturas por não levar em consideração o ambiente ou o entendimento do que está acontecendo com o outro, ou ainda sobre quais consequências podem haver.


Um sujeito que reage, não responde (não tem responsabilidade, ou consciência) sobre suas ações. E é justamente diante de cada desafio da vida que o sentido se expressa, através da resposta tomada por si.



Exercer sua responsabilidade é a chance que você tem de expor seu motivo de viver. O inconsciente te leva a caminhos e oportunidades únicas e você age como o grande dirigente de sua vida. Ah, o tal do inconsciente! Como acessar e colocá-lo em prol de que você quer? É uma longa conversa que em terapia é um dos nossos objetivos, quando aproximamos expectativa de realidade.


A orientação primária que Viktor Frankl traz em seu livro Em busca de Sentido (uma obra prima literária que inspirou esse artigo), é viver como se fosse uma segunda vez. Dessa forma, você aprende a responder ao invés de reagir. Funciona assim: você finge naquele momento que essa é uma outra chance de resposta, daí você se vê prestes a agir inadequadamente como da "primeira vez". E, atento às suas ações, você dará certamente o seu melhor. O auto distanciamento emocional da cena é o que dá a capacidade de fazer o proposto. A análise prévia das ações faz com que se tenha uma sensação de maior domínio sobre seu destino, e de que ainda há capacidade de se alterar e corrigir o “futuro”.


Tudo é possível diante do autoconhecimento: viver com consciência plena, fugir do automatismo e reconhecer a autorresponsabilidade. Em terapia, a visão é amplificada de forma que o sentido de tudo se expande em muitas variáveis e as escolhas se multiplicam. No decorrer do tratamento, cada passo dado, mais humano você se torna. Valores são agregados! Colocá-los em prática traz uma realização pessoal incrível e ao experimentar essa transcendência, o Eu que se enxerga através do olhar do Outro, passa a colaborar com seu crescimento e mais e mais ele se realizará. Exemplos: dedicar-se a uma causa, amar outra pessoa, ter atitude colaborativa em relação ao sofrimento inevitável.


A autorrealização, então, ocorre como um efeito colateral da sublimação humana, não como uma meta a ser conquistada.


Bondade, verdade, beleza torna o ser humano único em sua originalidade. Isso ocorre ao amar as experiências que envolvam essas características que são reconhecidas no outro.


O sentido do amor


O amor é como você se liga a outro ser humano, a única conexão verdadeira com seu íntimo: sem julgamentos, nem críticas. As características tornam-se neutras: nem positivas, nem negativas, ora mais adequadas, ora menos. Os dons uns dos outros são descobertos e nos sentimos bem por explorá-los, nos capacitando a nos satisfazermos.


AMOR E SEXO


O amor, segundo Victor Frankl (ele nasceu em 1905), é um fenômeno tão primário quanto o sexo. E sua época, o sexo era apenas a sua expressão. A cópula é santificada em algumas culturas, inclusive, mas apenas quando vinculado ao amor. Diante disso, durante muito tempo entendeu-se que sexo somente caminha junto ao nobre sentimento, sendo a expressão de sua experiência. Hoje o sexo é uma forma de expressão de desejo, de amor (ainda), e de vazio (quando há vício).


O sentido do sofrimento


Mais uma forma de encontrar sentido na vida é se colocar frente a frente com a desesperança, com a fatalidade, com uma realidade que não pode ser mudada. Transformar uma tragédia em triunfo, onde a glória é ter sobrevivido a um tormento, se torna uma conquista humana.


Ao nos depararmos com uma doença terminal, por exemplo, somos desafiados a ressignificarmos a nós mesmos.


Sofrimento deixa de ser sofrimento no momento em que achamos significado para ele. É dado um exemplo pelo autor onde um paciente em um quadro de depressão profunda queixava-se de não superar a perda da esposa. Sendo confrontado com a pergunta: “O que teria acontecido se o senhor fosse o falecido e sua esposa tivesse viva?”. O paciente respondeu que a situação estaria invertida e que seria extremamente penoso lidar com essa possível realidade, o autor retrucou: “ela foi poupada desse tormento e foi o senhor que a impediu disso ao sobreviver a ela e chorar sua morte.” Note que ao ganhar um significado, um sentido em seu sacrifício, a queixa deixa de ser sofrimento. A maneira de enxergar o fado vivido se modifica embora sua dor ainda exista. Só que agora, ele a tem como um sentido em sua vida.


Não é preciso sofrer para se ter um sentido de vida! Pelo contrário, quando ele é evitável, devemos nos desfazer de sua causa, sofrer não é um ato de heroísmo, nesse caso seria masoquismo. O sofredor incurável não tem visão sobre considerar seu sofrimento enobrecedor, somente de ser humilhante. Escolha sofrer com bravura até o fim. Lute e experiencie a definição de existir ao lidar com aquilo que é inevitável. As fatalidades trazem dúvidas, que são respondidas sempre por coincidências, acasos do destino. Pode ser difícil acreditar ou enxergar enquanto se está em aflição. Aceitar também demora um tempo, mas observar o presente como é, com consciência, sem se deixar dominar por emoções que mascaram sua racionalidade, faz da sobrevivência a toda perda ser simplificada. Caso contrário, nem valeria a pena viver só por respirar.


Por fim


As frustrações das nossas necessidades existenciais provocam as fugas. Drogas, suicídios e outras doenças ou transtornos mentais são sequelas de alguém que pode “ter como” viver, mas não “tem porque” viver. O sujeito pode ter conforto e condições muito boas de vida, mas quando não há motivo para abrir os olhos ao acordar, você está fadado à falta.


Dostoievsky disse: “Temo somente uma coisa: não ser digno do meu sofrimento.” E, como tudo aquilo que é de grande valia é difícil encontrar, muito mais custoso será compreender esse achado.

Portanto, viva suas potencialidades e ascenda as do seu próximo. Mesmo dentro desse otimismo diante da tragédia que analisamos sobre os dramas da vida, aperfeiçoe a experiência dolorosa que você passa ou passou agindo dessas três formas:

· Transforme sua dor em realização humana

· Extraia da culpa a oportunidade de mudar a si mesmo para ser alguém melhor

· Faça da transitoriedade da vida um incentivo para realizar ações responsáveis


Desejo que você seja verdadeiro em suas intenções com amor e bondade e ilumine a si mesmo e a quem puder, de hoje e até os últimos dias de sua vida.


Beijos da Vivi.







Viviane Castro

(21) 98115-1581

Estrada Adhemar Bebiano, 4797/201

Instagram: @terapiaefisio


 
 
 

2 Comments


Daniela Guilhon
Daniela Guilhon
Jan 01, 2023

Excelente!! Falar da teoria de Viktor Frankl é sempre enriquecedor!! Parabéns!!

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Giowana Cambrone
Giowana Cambrone
Jun 28, 2022

Conteúdo necessário !

Excelente texto!

Obrigada por compartilhar.

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